O guineense, Pansau Natchanda, conhecido pelo nome artístico de N`Pans, não precisa de apresentações na Rússia, pois trata-se do primeiro rapper negro a impor-se nos palcos russos, mas poucos conhecem o destino dramático deste jovem de Bissau.
Pansau chegou à União Soviética em 1985, com apenas nove anos, para estudar na Escola Internacional de Ivanovo, internato para filhos de dirigentes de partidos comunistas e de movimentos de libertação nacional.
“O meu pai, Binhenquerem Natchanda, fazia parte do Governo da Guiné-Bissau, era próximo de Nino Vieira. Antes de eu vir para a URSS, ele levou-me para eu me despedir do Presidente”, recorda Pansau, em declarações à Lusa.
“Eram muito amigos, mas, em 1986, Nino mandou matá-lo, foi acusado de participar num golpe de Estado”, continua.
Terminada a Escola de Ivanovo, Pansau foi estudar para o Instituto de Construção de Perm (cidade da Sibéria Ocidental), mas teve de abandonar os estudos devido a dificuldades financeiras.
“Para sobreviver, trabalhava como MC nos clubes de Penza e dançava. Não tinha outros meios para subsistir”, acrescenta Pansau.
Em 1994, muda-se para Moscovo e forma um grupo de dança étnica com outros guineenses que estudaram na Escola de Ivanovo.
“Actuavamos nos espectáculos da cantora russa Linda. Dançavamos e eu estava também encarregado da coreografia”, relata, sublinhando que rapidamente sentiu necessidade de ser ele “o dono do próprio destino”.
Em 1994, criou o grupo de rap “Cash Brothers” com um russo e um congolês, mas o projecto terminou em 1999 com a morte do russo (overdose) e o desaparecimento do congolês (tráfico de estupefacientes).
“Fiquei sozinho e avancei com um novo projecto. Criei o grupo BPJK, constituído por três guineenses e um haitiano. Rap, techno e muitos concertos”, recorda.
Mas a fama chega quando Pansau e o rapper russo Ligalize gravam um remix da canção “Maço de Cigarros”, do cantor de rock russo Victor Tsoi, um dos ídolos da juventude soviética na era das reformas de Mikhail Gorbatchov.
“Foi o primeiro track de rap a passar no canal MTV em russo. Um grande êxito. Eu fui o primeiro rapper negro que cantou em língua russa”, sublinha com orgulho.
Hoje dirige o Estúdio Force Records, que já editou sete álbuns seus e prepara mas para os próximos anos. O rapper lendário, hoje faz parte da origem da cultura hip-hop na Rússia e continua a contribuir activamente para o desenvolvimento do hip-hop. Quase nenhum salão de um concerto do país em que ele não teria visitado. Não há admirador do hip-hop da Rússia, que não sabe o seu nome.
Pansau chegou à União Soviética em 1985, com apenas nove anos, para estudar na Escola Internacional de Ivanovo, internato para filhos de dirigentes de partidos comunistas e de movimentos de libertação nacional.
“O meu pai, Binhenquerem Natchanda, fazia parte do Governo da Guiné-Bissau, era próximo de Nino Vieira. Antes de eu vir para a URSS, ele levou-me para eu me despedir do Presidente”, recorda Pansau, em declarações à Lusa.
“Eram muito amigos, mas, em 1986, Nino mandou matá-lo, foi acusado de participar num golpe de Estado”, continua.
Terminada a Escola de Ivanovo, Pansau foi estudar para o Instituto de Construção de Perm (cidade da Sibéria Ocidental), mas teve de abandonar os estudos devido a dificuldades financeiras.
“Para sobreviver, trabalhava como MC nos clubes de Penza e dançava. Não tinha outros meios para subsistir”, acrescenta Pansau.
Em 1994, muda-se para Moscovo e forma um grupo de dança étnica com outros guineenses que estudaram na Escola de Ivanovo.
“Actuavamos nos espectáculos da cantora russa Linda. Dançavamos e eu estava também encarregado da coreografia”, relata, sublinhando que rapidamente sentiu necessidade de ser ele “o dono do próprio destino”.
Em 1994, criou o grupo de rap “Cash Brothers” com um russo e um congolês, mas o projecto terminou em 1999 com a morte do russo (overdose) e o desaparecimento do congolês (tráfico de estupefacientes).
“Fiquei sozinho e avancei com um novo projecto. Criei o grupo BPJK, constituído por três guineenses e um haitiano. Rap, techno e muitos concertos”, recorda.
“Foi o primeiro track de rap a passar no canal MTV em russo. Um grande êxito. Eu fui o primeiro rapper negro que cantou em língua russa”, sublinha com orgulho.
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