Hayne da Graça, mais conhecido por Klash, é um jovem quadro superior guineense, natural de Bissau, que quer superar os seus limites para exportar o hip-hop guineense além fronteiras.
Nasceu na Guiné-Bissau em 1986, tendo concluído o 7° ano com sucesso em 2005. No mesmo ano, forma em Bissau, ao lado do companheiro de luta, As One, aquele que viria a ser um dos mais conceituados grupos de música de intervenção na Guiné-Bissau, os Baloberos. Dois anos após a formação dos Baloberos, Klash e As One convidam o Nigga M’bay a integrar no grupo. Imediatamente o grupo tornou-se uma referência nacional devido à forma diferente de encarar a música e praticar a cidadania activa através da crítica social e política.
O grupo, diga-se, nunca virou as costas à realidade no País. Queria, sim, despertar a sociedade para os males que afectam os vários sectores. Três temas tornaram-se sucessos musicais durante vários anos: "Nô stado i pa ratcha", "Homi Cabrão" e ‘’Bô obi mas’’. O primeiro tema critica a forma como os políticos ostentam riqueza, enquanto o povo nas ruas (sobre)vive no limiar da pobreza. O segundo é dedicado à sociedade propriamente dita.
Lamentavelmente, as tentativas de gravar um disco com o seu grupo mostraram-se todas infrutíferas, sobretudo devido à falta de meios financeiros.
E, em seguida, mais concretamente em 2009, Klash conseguiu uma bolsa de estudos do Ministério da Educação Nacional para a Rússia. Na cidade de Rostov-on-Don, Klash fez o curso de Administração Financeira com Mestrado Integrado. Durante os seis anos de curso nunca deixou de se dedicar à música e de aperfeiçoar a sua técnica vocal. Por esta altura, Klash começou a colaborar com um grupo que tocava nas discotecas, festas de casamentos e nos mais variados eventos.
Durante o quarto ano de estudo grava o seu primeiro álbum, entrando para história como sendo o segundo da sua geração a editar um álbum com 10 faixas músicas. "KUSSAS MAS NÓS" foi publicado gratuitamente numa altura em que era preciso dar um novo rumo ao rap guineense que perdia terreno a favor de outros géneros musicais então emergentes.
Este disco despertou consciências e fez os mais cépticos voltarem a acreditar na qualidade dos rappers do país, mostrando-lhes que é possível chegar ao mais alto nível. O disco deu-lhe uma enorme projecção. A sua inovação, com uma lírica completamente diferente dos colegas, marcou a diferença e colocou-o automaticamente no top dos melhores da Guiné-Bissau.
Encheu vários concertos no país e representou o rap guineense nos grandes festivais internacionais. Partilhou palcos com vários nomes da música nacional e internacional, como por exemplo: Fally Ipupa, Gil Samedo, Ferro Gaita, Justino Delgado, Zé Manel, Tabanka Djazz, Dulce Neves entre muitos outros nomes.
Ainda em 2009, então conhecido por MC H, Klash foi detido por militares quando divulgava o single “7 Minutos de barbade”, espelhando o duplo assassinato do então Presidente da República, João Bernado “Nino” Vieira e do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, General Tagme Na Wai. A música viria a ser proibida pelo regime militar.
Em 2017, Klash lançou seu segundo álbum de estúdio intitulado “Além do Limite”, que levou o rap crioulo além das fronteiras por sua exelente qualidade.
O disco mostrou melodias feitas em crioulo com os ritmos que se fazem ouvir a nível internacional, tais como R&B, Dancehall, entre outros.
A ambição é de alcançar a aceitação nos grandes canais mundiais.
VIDEOCLIPES:
(Klash - N'Ka M'Porta)
(Klash ft Jolnz Nada kana paran)
(Baloberos ft. Criminal Shottas - Roleta Russa)
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